A vidraça quebrou!

Pânico é a síndrome da desgraça. No dia em que eu tirei esta foto eu sentia em meu peito uma angústia imensa e não sabia bem do que se tratava, ou melhor eu não sabia como se tratava. Este sorriso não era falso, ele era apenas colocado. Se eu não o tivesse colocado aí ele estaria em qualquer outro lugar menos dentro do meu coração. Ele não veio da minha alma, muito menos do meu espírito que parece que me preparava para prever a minha maior decepção.

Segui...sorrindo triste, chorando com os olhos enxutos e a alma estilhaçada... vivi o natal, sobrevivi o ano novo e não cheguei a comemorar o carnaval. Dia 28 de janeiro meu EU não aguentou e subitamente começou a expulsar de dentro de mim todas as neuras, tensões, emoções e inclusive lamentações e alimentações. Foram dias sem comer, sem dormir, sem fingir.

10 kilos a menos, vontade de fugir, fraqueza e uma força muito grande me derrubara.

Avassaladora desgraça!

Os amigos só diziam: "Calma isso passa!"

Passa mesmo! assim como a causa e o causador. O causador está passando. Ou melhor, eu passei o causador. Passei meu orgulho, meu desejo de destruir-me, passei o causador, literalmente o CAUSA DOR.

Calei a sua boca e a minha. Do CAUSA DOR eu não quero nada. Aliás, quero sim: viva a sua vidinha...bem longe da minha!

Meu corpo perfeito, meu sorriso feliz, o brilho dos meus olhos, minha energia de viver...isso tudo é muito meu! Essa sou EU...

Eu cai e estou me levantando com dignidade, orgulho, maturidade, muitos amigos em volta, meu amor, minha família, meu gato, minhas alegrias, minhas descobertas.

Cair é bem diferente de descer. Cair é imprevisto, é ocasião. Descer é livre-arbítrio, é estado. Nem todos os anjos são maus porque caíram, mas todos os que desceram, o são.