Este tilintar me fez entrar em uma profunda reflexão que neste momento divido com minha tela e meu teclado:
Por que suster o amor? por que suster a paixão? o ódio? o ciúme? de acordo com minha sofrida experiência, eu percebo que sentir-se leve (pelo menos para mim) é exatamente o oposto do que fiz durante anos. Foi assim que vivi durante muito tempo, me sabotando, deixando me levar por um personagem que criei para me proteger. Ao bel prazer do ego, a sombra, os mecanismos de defesa são antagônicos a leveza de se deixar levar, de não se esconder. hoje eu me senti assim, abri meu coração sem medo, sem receios e principalmente sem pretensões.
Se tiver que ser será, se não for, pelo menos eu não me omiti. Esta possibilidade de SER invés de TER é fascinante.
A lógica cartesiana de princípio, meio e fim e de causa e efeito não nos satisfaz mais. É preciso ir além do “rio de corredeiras” que os obstáculos figuram; é preciso reaprender a lidar com as incoerência, a falta de lógica , os paradoxos, a intuição, a ter a consciência de que os problemas só são insolúveis na superfície.
Através da superação do paradigma cartesiano-newtoniano que traz consigo uma nova racionalidade e uma nova visão de humanismo para mim e dos cacos esparramados de uma estrutura emocional em declínio surgiu uma nova consciência sustentada pela plena renovação dos valores humanos fundamentais. E hoje orgulhosamente e sem euforia reuni intelecto e espírito; razão e coração. E a regra de ouro é: aprendi o que é ter amor e compaixão por mim mesma. Tratar me bem. Ser honesta e generosa comigo mesma.
"O conhecimento de si mesmo é a mãe de todo conhecimento. Portanto estou incumbido conhecer a mim mesmo, me conhecer completamente, conhecer minhas minúcias, minhas características, minhas sutilezas, e cada átomo meu." (Kahlil Gibran)
Para stormbringer, deixo aqui uma poesia que Vinícius de Moraes fez para nos emprestar.
A você, com amor
O amor é o murmúrio da terra
quando as estrelas se apagam
e os ventos da aurora vagam
no nascimento do dia...
O ridente abandono,
a rútila alegria
dos lábios, da fonte
e da onda que arremete
do mar...
O amor é a memória
que o tempo não mata,
a canção bem-amada
feliz e absurda...
E a música inaudível...
O silêncio que treme
e parece ocupar
o coração que freme
quando a melodia
do canto de um pássaro
parece ficar...
O amor é Deus em plenitude
a infinita medida
das dádivas que vêm
com o sol e com a chuva
seja na montanha
seja na planura
a chuva que corre
e o tesouro armazenado
no fim do arco-íris.
quando as estrelas se apagam
e os ventos da aurora vagam
no nascimento do dia...
O ridente abandono,
a rútila alegria
dos lábios, da fonte
e da onda que arremete
do mar...
O amor é a memória
que o tempo não mata,
a canção bem-amada
feliz e absurda...
E a música inaudível...
O silêncio que treme
e parece ocupar
o coração que freme
quando a melodia
do canto de um pássaro
parece ficar...
O amor é Deus em plenitude
a infinita medida
das dádivas que vêm
com o sol e com a chuva
seja na montanha
seja na planura
a chuva que corre
e o tesouro armazenado
no fim do arco-íris.