Naquela manhã a moça desajeitada ouvia o tilintar da chuva caindo na janela;
Estava deitada em seu ninho, quando ouviu uma voz pedindo para que averiguasse sua caixa de e-mails;
Devia ser a voz do mau, devia ser a voz de qualquer deus infeliz;
Havia uma mensagem sua. Como escapou para escrevê-la? Porque quis enviá-la?
Haveria o diabo vontade de ser bonzinho? Era seu ego atendendo á sua vontade maior?
Pensou por um momento que a faria feliz?
A moça desajeitada ainda lembra que ela também poderia levar uma companhia, caso assim quisesse.
A moça partiu com grande satisfação, uma colega ao lado e muita expectativa.
A grande apresentação deixou clara a necessidade de atender ao ego;
O grande exibicionismo, hum...esse a moça não quis dizer. Não naquele dia em que o tilintar da chuva caindo na janela atingia suas entranhas;
A moça desajeitada assistiu ao desfile, ao momento de grande contentamento e para ela apenas constrangimento;
Um dia ela disse em resposta à sua mensagem: O diabo as vezes aparece em forma de anjo para propor grandes sacanagens. O show foi bonito, a plateia era feia;
A plateia era triste porque cantarolava sua grande infelicidade. Em forma de amor ou amizade, a plateia estava infeliz de verdade;
Até dinheiro com táxi ela gastou. Isso não foi problema. O maior valor que foi gasto foi para curar sua dor;
Porque dor? Porque amor? Porque valor? O coração dos inúteis é mesmo desajeitado e o amor egoísta dos inúteis não funciona com os corajosos, não funciona com os equilibrados;
O tempo de ambos não é o mesmo. O tempo para os corajosos simplesmente não existe. Para os equilibrados o tempo ainda há de vir. Risos largos de sua inocente dor.
A natureza que em guie.
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